17. krodhavargaḥ saptadaśaḥ
krodhaṃ jahyād viprajahyāt mānaṃ saṃyojanaṃ sarvamatikrameta ।
taṃ nāma-rūpayorasajyamānaṃ akiñcanaṃ nā'nupatanti duḥkhāni ॥ 1॥
Uma pessoa devia abandonar a raiva, renunciar ao or- gulho, e superar todas as limitações. O sofrimento nunca atinge aquele que é desapegado, que nem se prende à mente nem ao corpo.
yo vai utpatitaṃ krodhaṃ rathaṃ bhrāntamiva dhārayet ।
tamahaṃ sārathiṃ bravīmi raśmigrāha itaro janaḥ ॥ 2॥
Aquele que trava a crescente raiva como um cocheiro trava a carruagem em movimento, a esse eu chamo um verdadei- ro cocheiro. Os outros meramente seguram as rédeas.
akrodhena jayet krodhaṃ asādhuṃ sādhunā jayet।
jayet kadarthaṃ dānena jayet satyenā'līkavādinam ॥ 3॥
Supera a raiva com a serenidade; supera a maldade com a bondade; supera a avareza com a generosidade; supera a mentira com a verdade.
satyaṃ bhaṇenna krudhyet dadyādalpe'pi yācitaḥ ।
etaistribhiḥ sthānaiḥ gacched devānāmantike ॥ 4॥
Fala a verdade; não te rendas à ira; quando te pedem, dá mesmo que tenhas pouco. Por estes três meios se pode chegar à presença dos deuses.
ahiṃsakā ye munayo nityaṃ kāyena saṃvṛtāḥ ।
te yanti acyutaṃ sthānaṃ yatra gatvā na śocanti ॥ 5॥
Aqueles sábios inofensivos e sempre com domínio no corpo, vão para a Realidade Imortal, onde, depois de chegados, não se afligem mais.
sadā jāgratāṃ ahorātraṃ anuśikṣamāṇānām ।
nirvāṇaṃ adhimuktānāṃ astaṃ gacchanti āsravāḥ ॥ 6॥
Àqueles sempre vigilantes, que se disciplinam dia e noite, sempre decididos ao Nibbāna – desaparecem as suas im- purezas.
puraṇametad atula ! naitad adyatanameva ।
nindanti tuṣṇīmāsīnaṃ nindanti bahubhāṇinam ।
mitabhāṇinamapi nindanti nā'sti loke'ninditaḥ ॥7॥
Ó Atula! Na verdade, este é um dizer antigo, não só de hoje: eles culpam os que permanecem em silêncio, eles culpam os que falam muito, culpam os que falam com moderação. Não há ninguém no mundo que não seja culpado.
na cā'bhūt na bhaviṣyati na caitahiṃ vidyate ।
ekāntaṃ ninditaḥ puruṣaḥ ekāntaṃ vā praśaṃsitaḥ ॥ 8॥
Nunca houve, nunca haverá, nem há agora, alguém to- talmente culpado ou totalmente elogiado.
yaśced vijñāḥ praśaṃsanti anuvicya śvaḥ śvaḥ ।
acchidravṛttiṃ medhāvinaṃ prajñāśīlasamāhitam ॥ 9॥
Mas o homem a quem os sábios elogiam, observado dia após dia, encontra-se-lhe carácter impecável, sábio, e dotado de conhecimento e virtude.
niṣkaṃ jaṃbūnadasyeva kastaṃ ninditumarhati ।
devā api taṃ praśaṃsanti brahmaṇā'pi praśaṃsitaḥ ॥ 10॥
Quem pode culpar tal pessoa, tão digna como uma moeda de ouro puro? Até os deuses o louvam; Brahma também o enaltece.
kāyaprakopaṃ rakṣet kāyena saṃvṛtaḥ syāt ।
kāyaduścaritaṃ hittvā kāyena sucaritaṃ caret ॥ 11॥
Que um homem vigie o seu corpo; que seja comedido em acção. Que abandone a má conduta, e exerça actos bons.
vacaḥ prakopaṃ rakṣed vācā saṃvṛtaḥ syāt ।
vaco duścaritaṃ hittvā vācā sucaritaṃ caret ॥ 12॥
Que um homem vigie a sua fala; que seja contido a falar. Que abandone a má conduta verbal, e fale correctamente.
manaḥ prakopaṃ rakṣed manasā saṃvṛtaḥ syāt ।
manoduścaritaṃ hittvā manasā sucaritaṃ caret ॥ 13॥
Que um homem vigie a sua mente; que controle o seu pensamento. Que abandone a má conduta da mente, e pense correctamente.
kāyena saṃvṛtā dhīrā atha vācā saṃvṛtāḥ ।
manasā saṃvṛtā dhīrā te vai suparisaṃvṛtāḥ ॥ 14॥
Os sábios têm domínio na acção corporal, no falar e no pensamento. Eles dominam-se verdadeiramente bem.
॥ iti krodhavargaḥ samāptaḥ ॥
Uma pessoa devia abandonar a raiva, renunciar ao or- gulho, e superar todas as limitações. O sofrimento nunca atinge aquele que é desapegado, que nem se prende à mente nem ao corpo.
Aquele que trava a crescente raiva como um cocheiro trava a carruagem em movimento, a esse eu chamo um verdadei- ro cocheiro. Os outros meramente seguram as rédeas.
Supera a raiva com a serenidade; supera a maldade com a bondade; supera a avareza com a generosidade; supera a mentira com a verdade.
Fala a verdade; não te rendas à ira; quando te pedem, dá mesmo que tenhas pouco. Por estes três meios se pode chegar à presença dos deuses.
Aqueles sábios inofensivos e sempre com domínio no corpo, vão para a Realidade Imortal, onde, depois de chegados, não se afligem mais.
Àqueles sempre vigilantes, que se disciplinam dia e noite, sempre decididos ao Nibbāna – desaparecem as suas im- purezas.
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Ó Atula! Na verdade, este é um dizer antigo, não só de hoje: eles culpam os que permanecem em silêncio, eles culpam os que falam muito, culpam os que falam com moderação. Não há ninguém no mundo que não seja culpado.
Nunca houve, nunca haverá, nem há agora, alguém to- talmente culpado ou totalmente elogiado.
Mas o homem a quem os sábios elogiam, observado dia após dia, encontra-se-lhe carácter impecável, sábio, e dotado de conhecimento e virtude.
Quem pode culpar tal pessoa, tão digna como uma moeda de ouro puro? Até os deuses o louvam; Brahma também o enaltece.
Que um homem vigie o seu corpo; que seja comedido em acção. Que abandone a má conduta, e exerça actos bons.
Que um homem vigie a sua fala; que seja contido a falar. Que abandone a má conduta verbal, e fale correctamente.
Que um homem vigie a sua mente; que controle o seu pensamento. Que abandone a má conduta da mente, e pense cor- rectamente.
Os sábios têm domínio na acção corporal, no falar e no pensamento. Eles dominam-se verdadeiramente bem.
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