segunda-feira, 11 de maio de 2020

malavargoṣṭādaśaḥ Malavagga: A Impureza

  1. malavargoṣṭādaśaḥ
    
    pāṇḍupalāsamivedānīmasi yamapuruṣo'pi catvāṃ upasthitāḥ ।
    udyogamukhe ca tiṣṭhasi pātheyamapi ca te na vidyate ॥ 1॥
    Agora, és como uma folha murcha; os mensageiros da morte aguardam-te. Está na véspera da tua partida, no entanto não arranjaste provisões para a viagem!
    sa kuru dvīpamātmanaḥ kṣipraṃ vyāyacchasva paṇḍito bhava ।
    nirdhūtamalo'naṅgaṇo divyāṃ āryabhūmiṃ eṣyasi॥ 2॥
    Ergue uma ilha para ti próprio! Esforça-te bastante e torna-te sábio! Livre de impurezas sem manchas, entrarás na morada celestial dos Justos.
    upanītavayā idanīmasi samprayāto'si yamasyāntike ।
    vāso'pi ca te nā'sti antarā pātheyamapi ca te na vidyate ॥ 3॥
    
    A tua vida chegou agora ao fim; estás avançando para a presença de Yama, o rei da morte. No caminho não há nenhum lugar para descansares, no entanto não arranjaste provisões para a tua viagem!
    sa kuru dvīpamātmanaḥ kṣipraṃ vyāyacchasva paṇḍito bhava । nirdhūtamalo'naṅgaṇo na punarjātijare upeṣyasi ॥ 4॥ Ergue uma ilha para ti! Esforça-te bastante e torna-te sábio! Livre de impurezas e sem manchas, não voltarás ao nasci- mento e à decadência. anupūrveṇa medhāvī stokaṃ stokaṃ kṣaṇe kṣaṇe । karmāro rajatasyeva nirdhamet malamātmanaḥ ॥ 5॥ Uma por uma, pouco a pouco, a cada momento deveria um homem sábio remover as suas próprias impurezas, tal como um ferreiro remove as impurezas da prata. ayasa iva malaṃ samutthitaṃ tasmād utthāya tadeva khādati । evaṃ atidhāvanacāriṇaṃ svāni karmāṇi nayanti durgatim ॥ 6॥ Assim como a ferrugem corrói a base de onde surge, também, os actos dos transgressores os conduzem a estados de aflição. asvādhyāyamalā mantrā anutthānamalā gṛhā । malaṃ varṇasya kausīdyaṃ pramādo rakṣato malam ॥ 7॥ Não orar é a ruína para as escrituras; negligência é a ruína para uma casa; desleixo é a ruína para a aparência pessoal, e desatenção é a ruína para um guarda. malaṃ striyā duścaritaṃ mātsaryaṃ dadato malam । malaṃ vai pāpakā dharmā asmin loke paratra ca ॥ 8॥ Lascívia é a mácula numa mulher; avareza é a mácula de quem doa. As impurezas, na verdade, são todas coisas más, tanto neste mundo como no próximo. tato malaṃ malataraṃ avidyā paramaṃ malam । etat malaṃ prahāya nirmalā bhavata bhikṣavaḥ ॥ 9॥ A pior mancha de todas estas é a ignorância, a pior de todas as impurezas. Destruí esta mancha e tornai-vos imacula- dos, ó monges! sujīvitaṃ ahrīkeṇa kākaśūreṇa dhvaṃsinā । praskandinā pragalbhena saṃkliṣṭena jīvitam ॥ 10॥ Fácil é a vida para o desavergonhado que é imprudente como um corvo, que calunia e é descarado, arrogante e corrupto. hrīmatā ca durjīvitaṃ nityaṃ śūcigaveṣiṇā । alīnenā'pragalbhena śuddhājīvena paśyatā ॥ 11॥ Difícil é a vida para o modesto que sempre procura a pu- reza, que é desapegado e despretensioso, puro na vida e com discernimento. yaḥ prāṇamatipātayati mṛṣāvādaṃ ca bhāṣate । loke'dattamādatte paradārāṃśca gacchati ॥ 12॥ surāmaireyapānaṃ ca yo naro'nuyunakti । ihaivameṣa loke mūlaṃ khanatyātmanaḥ ॥13॥
    246-247. Aquele que destrói a vida, profere mentiras, toma o que não é seu, vai ter com a esposa de outro, e é viciado em bebidas alcoólicas - tal homem desenterra a sua própria raiz mesmo neste mundo.
    evaṃ bho puruṣa ! jānīhi pāpadharmāṇo'saṃyatān । mā tvāṃ lobho'dharmaśca ciraṃ duḥkhāya randheran ॥ 14॥ Sabe, ó homem bom: as coisas más são difíceis de con- trolar. Não deixes que a ganância e a maldade te arrastem para uma miséria prolongada. dadāti vai yathāśraddhaṃ yathā prasādanaṃ janaḥ । tatra yo mūko bhavati pareṣāṃ pānabhojane । na sa divā vā rātrau vā samādhiṃ adhigacchati ॥ 15॥
    s pessoas dão de acordo com sua fé ou respeito. Se uma pessoa fica descontente com a comida e bebida dada por outros, não alcançará a absorção meditativa, seja de dia seja de noite.
    yasya ca tat samucchinnaṃ mūlaghātaṃ samuddhatam । sa vai divā vā rātrau vā samādhiṃ adhigacchati ॥ 16॥ Mas aquele em que este (descontentamento) é totalmente destruído, desenraizado e extinto, alcança a absorção, tan- to de dia como de noite. nā'sti rāgasamo'gniḥ nā'sti dveṣasamo grāhaḥ । nā'sti mohasamaṃ jālaṃ nā'sti tṛṣṇā samā nadī ॥ 17॥ Não há fogo como a luxúria; não há aperto como o ódio; não há rede como a ilusão; não há rio como o anseio. sudarśaṃ vadyamanyeṣāṃ ātmanaḥ punardurdaśam । pareṣāṃ hi sa vadyāni avapuṇāti yathātuṣam । ātmanaḥ punaḥ chādayati kalimiva kitavāt śaṭhaḥ ॥ 18॥ Fácil de ver é o defeito nos outros, mas um defeito próprio é difícil detectar. Assim como a palha ao vento uma pessoa apregoa os defeitos dos outros, mas esconde os seus, tal astuto caçador que se esconde por detrás de ramos disfarçados. paravadyā'nudarśino nityaṃ uddhyānasaṃjñinaḥ । āsravāstasya varddhante ārād sa āsravakṣayāt ॥ 19॥ Aquele que procura os defeitos dos outros, que censura constantemente – faz crescer as suas impurezas. Ele está longe da destruição das impurezas. ākāśe ca padaṃ nā'sti śramaṇo nā'sti bahiḥ । prapañcā'bhiratāḥ prajā niṣprapañcāstathāgatāḥ ॥ 20॥ Não há nenhum traço no céu, e nenhum renunciante(s) fora (do ensinamento do Buddha). A humanidade deleita-se na mundanidade, mas os Buddhas estão livres. ākāśe ca padaṃ nā'sti śramaṇo nā'sti bahiḥ । saṃskārāḥ śāśvatā na santi nā'sti buddhānāmiṅgitam ॥ 21॥ Não há nenhum traço no céu, e nenhum renunciante fora (do ensinamento do Buddha). Não há coisas condicionadas que sejam eternas, e não há instabilidade nos Buddhas. ॥ iti malavargaḥ samāptaḥ ॥

  2. Agora, és como uma folha murcha; os mensageiros da morte aguardam-te. Está na véspera da tua partida, no entanto não arranjaste provisões para a viagem!

  3. Ergue uma ilha para ti próprio! Esforça-te bastante e torna-te sábio! Livre de impurezas sem manchas, entrarás na morada celestial dos Justos.

  4. A tua vida chegou agora ao fim; estás avançando para a presença de Yama, o rei da morte. No caminho não há nenhum lugar para descansares, no entanto não arranjaste provisões para a tua viagem!

  5. Ergue uma ilha para ti! Esforça-te bastante e torna-te sábio! Livre de impurezas e sem manchas, não voltarás ao nasci- mento e à decadência.

  6. Uma por uma, pouco a pouco, a cada momento deveria um homem sábio remover as suas próprias impurezas, tal como um ferreiro remove as impurezas da prata.

  7. Assim como a ferrugem corrói a base de onde surge, também, os actos dos transgressores os conduzem a estados de aflição.

    89

  8. Não orar é a ruína para as escrituras; negligência é a ruína para uma casa; desleixo é a ruína para a aparência pessoal, e desatenção é a ruína para um guarda.

  9. Lascívia é a mácula numa mulher; avareza é a mácula de quem doa. As impurezas, na verdade, são todas coisas más, tanto neste mundo como no próximo.

  10. A pior mancha de todas estas é a ignorância, a pior de todas as impurezas. Destruí esta mancha e tornai-vos imacula- dos, ó monges!

  11. Fácil é a vida para o desavergonhado que é imprudente como um corvo, que calunia e é descarado, arrogante e corrupto.

  12. Difícil é a vida para o modesto que sempre procura a pu- reza, que é desapegado e despretensioso, puro na vida e com discernimento.

    246-247. Aquele que destrói a vida, profere mentiras, toma o que não é seu, vai ter com a esposa de outro, e é viciado em be- bidas alcoólicas - tal homem desenterra a sua própria raiz mesmo neste mundo.

    1. Sabe, ó homem bom: as coisas más são difíceis de con- trolar. Não deixes que a ganância e a maldade te arrastem para uma miséria prolongada.

    2. As pessoas dão de acordo com sua fé ou respeito. Se uma pessoa fica descontente com a comida e bebida dada por outros, não alcançará a absorção meditativa, seja de dia seja de noite.

      90

    3. Mas aquele em que este (descontentamento) é total- mente destruído, desenraizado e extinto, alcança a absorção, tan- to de dia como de noite.

    4. Não há fogo como a luxúria; não há aperto como o ódio; não há rede como a ilusão; não há rio como o anseio.

    5. Fácil de ver é o defeito nos outros, mas um defeito próprio é difícil detectar. Assim como a palha ao vento uma pessoa apregoa os defeitos dos outros, mas esconde os seus, tal astuto caçador que se esconde por detrás de ramos disfarçados.

    6. Aquele que procura os defeitos dos outros, que censura constantemente – faz crescer as suas impurezas. Ele está longe da destruição das impurezas.

    7. Não há nenhum traço no céu, e nenhum renunciante(s) fora (do ensinamento do Buddha). A humanidade deleita-se na mundanidade, mas os Buddhas estão livres.

    8. Não há nenhum traço no céu, e nenhum renunciante fora (do ensinamento do Buddha). Não há coisas condicionadas que sejam eternas, e não há instabilidade nos Buddhas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário