segunda-feira, 11 de maio de 2020

tṛṣṇāvargaḥ caturviṃśaḥ Taṇhavagga: O Anseio (sede)

  1.  tṛṣṇāvargaḥ caturviṃśaḥ
    
    manujasya pramattacāriṇaḥ tṛṣṇā varddhate māluveva ।
    sa plavate'harahaḥ phalamicchan iva vane vānaraḥ ॥ 1॥
    O anseio de uma pessoa que vive descuidada cresce como uma trepadeira. Tal como o macaco buscando frutas na floresta, essa pessoa pula de vida em vida (provando o fruto do seu kamma).
    yaṃ eṣā sāhayati janminī tṛṣṇā loke viṣātmikā ।
    śokāstasya pravarddhante'bhivarddhamānaṃ vīraṇam ॥ 2॥
    Quem quer que se deixe vencer por este anseio miserável e pegajoso, as suas tristezas crescerão como a erva depois das chuvas.
    yaścaitāṃ sāhayati janminīṃ tṛṣṇāṃ loke duratyayām ।
    śokāḥ tasmāt prapatantyudabinduriva puṣkarāt ॥ 3॥
    Mas quem quer que vença este anseio miserável, tão difí- cil de superar, suas tristezas cairão como a água cai da folha de lótus.
    tad vo vadāmi bhadraṃ vo yāvanta iha samāgatāḥ ।
    tṛṣṇāyā mūlaṃ khanatośīrārthīva vīraṇam ॥ 4॥ 
    Por isso digo: Boa sorte a todos reunidos aqui! Desen- terrem a raiz do anseio, como alguém em busca da perfumada raiz da erva birana. Não deixem que Mara vos esmague vezes sem conta, como a inundação esmaga a cana.
    yathā'pi mūle'nupadrave dṛḍhe chinno'pi vṛkṣaḥ punareva rohati ।
    evamapi tṛṣṇā'nuśaye'nihate nirvarttate duḥkhamidaṃ punaḥ punaḥ ॥ 5॥
    Assim como uma árvore, que apesar de cortada, se as raízes se mantiverem intactas e firmes, brota de novo da mesma forma, até que o desejo latente seja desenterrado, o sofrimento surge vezes sem conta.
    yasya ṣaṭtriṃśat srotāṃsi manāpaśravaṇāni bhūyāsuḥ ।
    vāhā vahanti durdṛṣṭi saṅkalpā rāganiḥsṛtāḥ ॥ 6॥
    O homem equivocado no qual as 36 correntes(u) do an- seio ainda correm fortemente em direcção aos objectos delicio- sos, é varrido pelo dilúvio dos seus pensamentos apaixonados.
    sravanti sarvataḥ srotāṃsi latodbhidya tiṣṭhati ।
    tāṃ ca dṛṣṭvā latāṃ jātāṃ mūlaṃ prajñayā chindata ॥ 7॥
    Essas correntes fluem por todo o lado, e a trepadeira (do anseio) brota e cresce. Vendo que a trepadeira despontou, corta a sua raiz com sabedoria.
    saritaḥ snigddhāśca saumanasyā bhavanti jantoḥ
    te srotaḥsṛtāḥ sukhaiṣiṇaste vai jātijaropagā narāḥ ॥ 8॥
    Fluindo (vindo de todos os objectos) e regados pelo anseio, os sentimentos de prazer despontam nos seres. Presos aos prazeres e buscando o gozo, estes homens são vítimas do nascimento e da morte.
    tṛṣṇayā puraskṛtāḥ prajāḥ parisarpanti śaśa iva baddhaḥ ।
    saṃyojanasaṃgasaktakā duḥkhamupayanti punaḥ punaḥ cirāya ॥ 9॥
    Atormentadas pelo anseio, as pessoas correm como uma lebre prisioneira. Presas por bloqueios mentais, regressam ao sofrimento, uma e outra vez por um longo tempo.
    tṛṣṇayā puraskṛtāḥ prajāḥ parisarpanti śaśa iva baddhaḥ ।
    tasmāt tṛṣṇāṃ vinodayed bhikṣurākāṅkṣī virāgamātmānaḥ ॥ 10॥
    Atormentadas pelo desejo, as pessoas correm como uma lebre perseguida. Portanto, aquele que anseia por ser livre de paixões deve destruir o seu próprio desejo.
    yo nirvaṇārthī vanā'dhimukto vanamukto vanameva dhāvati ।
    tuṃ pudgalameva paśyata mukto bandhanameva dhāvati ॥ 11॥
    Existe quem se afasta dos desejos adoptando a vida da floresta (i.e., de monge). Mas depois de sair dos hábitos munda- nos, corre de volta para eles. Observai esse homem! Apesar de livre retorna para essa mesma escravidão!
    na tad dṛḍhaṃ bandhanamāhurdhīrā yad āyasaṃ dārujaṃ parvajaṃ ca ।
    sāravad-raktā maṇikuṇḍaleṣu putreṣu dāreṣu ca yā'pekṣā ॥ 12॥
    etad dṛḍhaṃ bandhanamāhurdhīrā apahāri śithilaṃ duṣpramocam ।
    etadapi chittvā parivrajanti anapekṣiṇaḥ kāmasukhaṃ prahāya ॥ 13॥
    345-346. Os sábios dizem que correntes de ferro, madeira ou corda, não são fortes. Mas a paixão e o anseio por jóias e ornamentos, crianças e mulheres - isso, dizem, é uma corrente bem mais forte e que, embora aparentemente solta, é difícil de tirar. Esta também os sábios cortam. Sem saudade alguma, aban- donando o prazer sensual, renunciam ao mundo.
    ye rāgaraktā anupatanti srotaḥ svayaṃkṛtaṃ markaṭaka iva jālam ।
    etadapi chittvā vrajanti dhīrā anapekṣiṇaḥ sarvaduḥkhaṃ prahāya ॥ 14॥
    Aqueles que são apaixonados pela luxúria caiem de novo na corrente em redemoinho (do saṃsāra) como uma ara- nha em sua teia. Esta também os sábios cortam. Sem qualquer saudade, abandonam todo o sofrimento e renunciam ao mundo.
    muñca puro muñca paścāt madhye muñca bhavasya pāragaḥ ।
    sarvatra vimuktamānaso na punaḥ jātijare upaipi ॥ 15॥
    Deixa o passado, deixa o futuro, deixa o presente, e passa para a margem mais distante da existência. Com a mente plenamente livre, não regressarás jamais ao nascimento e à morte.
    vitarkapramathitasya jantoḥ tīvrarāgasya śubhā'nudarśinaḥ ।
    bhūyaḥ tṛṣṇā pravarddhate eṣa khalu dṛḍhaṃ karoti bandhanam ॥ 16॥
    Para uma pessoa atormentada por maus pensamentos, que é dominada pela paixão e dada à busca do prazer, o seu an- seio cresce constantemente. Ela cria de facto uma forte prisão.
    vitarkopaśame ca yo rato'śubhaṃ bhāvayate sadā smṝtaḥ ।
    eṣa khalu vyantīkariṣyati eṣa chetsyati mārabandhanam ॥ 17॥
    A pessoa que com alegria subjuga os maus pensamen- tos, que medita sobre as impurezas e está sempre consciente - é ela que porá um fim ao anseio e que despedaça a prisão de Mara.
    niṣṭhāṃgato'saṃtrāsī vītatṛṣṇo'naṃgaṇaḥ ।
    utsṛjya bhavaśalyāni antimo'yaṃ samuchrayaḥ ॥ 18॥
    Aquele que alcançou a meta, é destemido, livre de an- seio, livre de paixão, e arrancou os espinhos da existência – para ele este é o último corpo.
    vītatṛṣṇo'nādāno niruktipadakovido ।
    akṣarāṇāṃ sannipātaṃ jānāti pūrvāparāṇi ca ।
    sa vai antimaśārīro mahāprājña ityucyate॥ 19॥
    Aquele que está livre de desejo e apego, que se aperfei- çoou em descobrir o verdadeiro significado do Ensinamento, e que conhece a combinação dos textos sagrados na sequência certa ele na verdade, é o portador de seu corpo final. Ele é verdadei- ramente chamado de profundamente sábio, o grande homem.
  2.  sarvābhibhūḥ sarvavidahamasmi sarveṣu dharmeṣu anupaliptaḥ ।
    sarvaṃjahaḥ tṛṣṇākṣaye vimuktaḥ svayamabhiprāya kamuddiśeyam ॥ 20॥
    Um vencedor, Eu sou acima de tudo, tudo eu conheci. No entanto desapegado estou de tudo o que foi conquistado e co- nhecido. Abandonando tudo, sou livre pela destruição do anseio. Tendo assim compreendido directamente tudo por mim mesmo, a quem devo chamar meu professor?
    sarvadānaṃ dharmadānaṃ jayati sarvarasaṃ dharmaraso jayati ।
    sarvāṃ ratiṃ dharmaratirjayati tṛṣṇākṣayaḥ sarvaduḥkhaṃ jayati ॥ 21॥
    O dom do Dhamma supera todas as prendas; o gosto do Dhamma supera todos os gostos, o prazer no Dhamma su- pera todas as delícias. Quem se libertou do anseio vence todo o sofrimento(v).
    ghnanti bhoga durmedhasaṃ na cet pāragaveṣiṇaḥ ।
    bhogatṛṣṇayā durmedhā hantyanya ivātmānaḥ ॥ 22॥
    As riquezas arruínam só os tolos, não os que buscam o Além. Por ansiar riquezas o imbecil arruína-se tanto a si como os outros.
    tṛṇadoṣāṇi kṣetrāṇi rāgadoṣeyaṃ prajā ।
    tasmāddhi vītarāgeṣu dattaṃ bhavati mahāphalam ॥ 23॥
    As ervas daninhas são a ruína dos campos, a luxúria é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de luxúria, produz frutos abundantes.
    tṛṇadoṣāṇi kṣetrāṇi dveṣadoṣeyaṃ prajā ।
    tasmāddhi vītadoṣeṣu dattaṃ bhavati mahāphalam ॥ 24॥
    As ervas daninhas são a ruína dos campos, o ódio é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de ódio, produz frutos abundantes.
    tṛṇadoṣāṇi kṣetrāṇi mohadoṣeyaṃ prajā ।
    tasmāddhi vītamoheṣu dattaṃ bhavati mahāphalam ॥ 25॥
    As ervas daninhas são a ruína dos campos, a ilusão é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de ilusão, produz frutos abundantes.
    tṛṇadoṣāṇi kṣetrāṇi icchādoṣeyaṃ prajā ।
    tasmāddhi vigateccheṣu dattaṃ bhavati mahāphalam ॥ 26॥
    As ervas daninhas são a ruína dos campos, o anseio é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de anseio, produz frutos abundantes.
    ॥ iti tṛṣṇāvargaḥ samāptaḥ ॥

  3. O anseio de uma pessoa que vive descuidada cresce como uma trepadeira. Tal como o macaco buscando frutas na floresta, essa pessoa pula de vida em vida (provando o fruto do seu kamma).

  4. Quem quer que se deixe vencer por este anseio mise- rável e pegajoso, as suas tristezas crescerão como a erva depois das chuvas.

  5. Mas quem quer que vença este anseio miserável, tão difí- cil de superar, suas tristezas cairão como a água cai da folha de lótus.

  6. Por isso digo: Boa sorte a todos reunidos aqui! Desen- terrem a raiz do anseio, como alguém em busca da perfumada raiz da erva birana. Não deixem que Mara vos esmague vezes sem conta, como a inundação esmaga a cana.

  7. Assim como uma árvore, que apesar de cortada, se as raízes se mantiverem intactas e firmes, brota de novo da mesma forma, até que o desejo latente seja desenterrado, o sofrimento surge vezes sem conta.

  8. O homem equivocado no qual as 36 correntes(u) do an- seio ainda correm fortemente em direcção aos objectos delicio- sos, é varrido pelo dilúvio dos seus pensamentos apaixonados.

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  9. Essas correntes fluem por todo o lado, e a trepadeira (do anseio) brota e cresce. Vendo que a trepadeira despontou, corta a sua raiz com sabedoria.

  10. Fluindo (vindo de todos os objectos) e regados pelo anseio, os sentimentos de prazer despontam nos seres. Presos aos prazeres e buscando o gozo, estes homens são vítimas do nascimento e da morte.

  11. Atormentadas pelo anseio, as pessoas correm como uma lebre prisioneira. Presas por bloqueios mentais, regressam ao sofrimento, uma e outra vez por um longo tempo.

  12. Atormentadas pelo desejo, as pessoas correm como uma lebre perseguida. Portanto, aquele que anseia por ser livre de paixões deve destruir o seu próprio desejo.

  13. Existe quem se afasta dos desejos adoptando a vida da floresta (i.e., de monge). Mas depois de sair dos hábitos munda- nos, corre de volta para eles. Observai esse homem! Apesar de livre retorna para essa mesma escravidão!

345-346. Os sábios dizem que correntes de ferro, madeira ou corda, não são fortes. Mas a paixão e o anseio por jóias e ornamentos, crianças e mulheres - isso, dizem, é uma corrente bem mais forte e que, embora aparentemente solta, é difícil de tirar. Esta também os sábios cortam. Sem saudade alguma, aban- donando o prazer sensual, renunciam ao mundo.

  1. Aqueles que são apaixonados pela luxúria caiem de novo na corrente em redemoinho (do saṃsāra) como uma ara- nha em sua teia. Esta também os sábios cortam. Sem qualquer saudade, abandonam todo o sofrimento e renunciam ao mundo.

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  2. Deixa o passado, deixa o futuro, deixa o presente, e passa para a margem mais distante da existência. Com a mente plenamente livre, não regressarás jamais ao nascimento e à morte.

  3. Para uma pessoa atormentada por maus pensamentos, que é dominada pela paixão e dada à busca do prazer, o seu an- seio cresce constantemente. Ela cria de facto uma forte prisão.

  4. A pessoa que com alegria subjuga os maus pensamen- tos, que medita sobre as impurezas e está sempre consciente - é ela que porá um fim ao anseio e que despedaça a prisão de Mara.

  5. Aquele que alcançou a meta, é destemido, livre de an- seio, livre de paixão, e arrancou os espinhos da existência – para ele este é o último corpo.

  6. Aquele que está livre de desejo e apego, que se aperfei- çoou em descobrir o verdadeiro significado do Ensinamento, e que conhece a combinação dos textos sagrados na sequência certa
    • ele na verdade, é o portador de seu corpo final. Ele é verdadei- ramente chamado de profundamente sábio, o grande homem.

  7. Um vencedor, Eu sou acima de tudo, tudo eu conheci. No entanto desapegado estou de tudo o que foi conquistado e co- nhecido. Abandonando tudo, sou livre pela destruição do anseio. Tendo assim compreendido directamente tudo por mim mesmo, a quem devo chamar meu professor?

  8. O dom do Dhamma supera todas as prendas; o gosto do Dhamma supera todos os gostos, o prazer no Dhamma su- pera todas as delícias. Quem se libertou do anseio vence todo o sofrimento(v).

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  9. As riquezas arruínam só os tolos, não os que buscam o Além. Por ansiar riquezas o imbecil arruína-se tanto a si como os outros.

  10. As ervas daninhas são a ruína dos campos, a luxúria é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de luxúria, produz frutos abundantes.

  11. As ervas daninhas são a ruína dos campos, o ódio é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de ódio, produz frutos abundantes.

  12. As ervas daninhas são a ruína dos campos, a ilusão é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de ilusão, produz frutos abundantes.


  13. As ervas daninhas são a ruína dos campos, o anseio é a ruína da humanidade. Portanto, tudo quanto é oferecido aos que são livres de anseio, produz frutos abundantes.

    SEDE

    334  A sede de um homem impensado cresce como uma trepadeira; ele corre de vida em vida, como um macaco buscando frutas na floresta.
    335  Quem quer que essa feroz sede venenosa supere, neste mundo, seus sofrimentos aumentam como o abundante Bîra n a grama.
    336  Mas daquele que vence essa sede feroz, difícil de ser conquistada neste mundo, os sofrimentos caem, como gotas de água de uma folha de lótus.
    337  Esta palavra salutar eu lhe digo, 'Do vós, os que são aqui reunidos, desenterrar a raiz de sede, como ele que quer o doce aroma U s raiz IRA deve cavar o Bira n uma grama, que Mara ( o tentador) não pode esmagá-lo repetidamente, pois o riacho esmaga os juncos.
    338  Como uma árvore, apesar de cortada, é firme desde que sua raiz esteja segura e cresce novamente, portanto, a menos que os alimentadores da sede sejam destruídos, essa dor (da vida) retornará novamente.
    339  Aquele cujas trinta e seis correntes fluem fortemente nos canais de prazer, as ondas levarão aquele homem desorientado, viz. seus desejos que são estabelecidos na paixão.
    340  Os canais correm por toda parte, a trepadeira (da paixão) está brotando; se você vir a trepadeira surgindo, corte sua raiz por meio do conhecimento.
    341  Os prazeres de uma criatura são extravagantes e luxuosos; entregues ao prazer e à felicidade resultante, os homens sofrem (repetidamente) nascimento e decadência.
    342  Assustados pela luxúria, os homens correm como uma lebre enlaçada; mantidos em grilhões e laços, sofrem dor por um longo tempo, repetidas vezes.
    343  Atingidos de luxúria, os homens correm como uma lebre enlaçada; deixe, portanto, o mendicante expulsar a sede, esforçando-se por não ter paixão por si mesmo.
    344  Aquele que tendo se livrou da floresta (da luxúria) (ou seja, depois de ter alcançado Nirva n a) dá-se sobre a floresta da vida (ou seja, à luxúria), e que, ao livre da floresta (ou seja, da luxúria), é executado para a floresta (ou seja, luxúria), olhe para aquele homem! embora livre, ele encontra escravidão.
    345 As  pessoas sábias não chamam isso de grilhões fortes feitos de ferro, madeira ou cânhamo; apaixonadamente forte é o cuidado com pedras preciosas e anéis, filhos e esposa.
    346.  Aqueles sábios grilhões chamam fortes que se arrastam, produzem, mas são difíceis de desfazer; depois de finalmente acabar com isso, as pessoas deixam o mundo livre de preocupações e deixando para trás os prazeres do amor.
    347  Aqueles que são escravos de paixões correm pela corrente (de desejos), como uma aranha corre pela teia que ele próprio fez; quando cortam isso, finalmente, as pessoas sábias seguem adiante, livres de preocupações, deixando toda a dor para trás.
    348  Desista do que é antes, desista do que está por trás, desista do que está no meio, quando você for para a outra margem da existência; se sua mente estiver completamente livre, você não voltará a nascer e a decair.
    349  Se um homem é sacudido por dúvidas, cheio de paixões fortes, e anseia apenas pelo que é delicioso, sua sede aumenta cada vez mais, e ele de fato fortalece seus grilhões.
    350  Se um homem se deleita em aquietar dúvidas, e, sempre refletindo, se detém no que não é agradável (a impureza do corpo, etc.), certamente removerá, ou melhor, cortará o grilhão de Mara.
    351  Quem alcançou a consumação, que não treme, que está sem sede e sem pecado, quebrou todos os espinhos da vida: este será o seu último corpo.
    352  Aquele que está sem sede e sem afeto, que entende as palavras e sua interpretação, que conhece a ordem das letras (aquelas que são anteriores e posteriores), recebeu seu último corpo, é chamado de grande sábio, o grande homem.
    353  'Conquistei tudo, sei tudo, em todas as condições de vida, sou livre de mácula; Eu deixei tudo e, pela destruição da sede, sou livre; tendo aprendido, quem devo indicar (como meu professor)?
    354  O dom da lei excede todos os presentes; a doçura da lei excede toda doçura; o prazer na lei excede todas as delícias; a extinção da sede supera toda a dor.
    355  Riquezas destroem os tolos, se não procurarem a outra margem; o tolo por sua sede de riquezas se destrói, como se estivesse (destruindo) outros.
    356  Os campos são danificados pelas ervas daninhas, a humanidade é danificada pela paixão: portanto, um presente concedido aos sem paixão traz grande recompensa.
    357  Os campos são danificados pelas ervas daninhas, a humanidade é danificada pelo ódio: portanto, um presente concedido àqueles que não odeiam traz grande recompensa.
    358  Os campos são danificados pelas ervas daninhas, a humanidade é danificada pela vaidade: portanto, um presente concedido àqueles que são livres da vaidade traz grande recompensa.
    359  Os campos são danificados pelas ervas daninhas, a humanidade é danificada pela luxúria: portanto, um presente concedido àqueles que estão livres da luxúria traz grande recompensa.CAPÍTULO XXIV
    334 Isso é explicado por uma história na tradução em chinês. Beal, Dhammapada, p. 148
    335 AgramaBîra n é o Andropogon muricatum, e sua raiz perfumada é chamada U s îra (cf. versículo 337).
    338 Sobre Anusaya, isto é, Anu s aya (Anlage), ver Wassiljew, Der Buddhismus, p. 240 seg.
    339 Os trinta e seis canais, que são divididos pelo comentarista em dezoito externo e dezoito interno, são explicados por Burnouf (Lotus, p. 649), a partir de um glossário do G inaala ṅ kâra: 'A indicação précise des affection dont um Buda que age de maneira independente, afetos que não são do tipo dix-huit, são quatro membros da lista de um membro livre dos budistas de Ceylan, etc. Gray, no entanto, os considera os seis órgãos dos sentidos, os seis objetos dos sentidos, em relação a (1) um desejo de prazer sensual, (2) a um desejo de existência e (3) a um desejo de existência. Subhûti dá a leitura correta como manâpassavanâ; cf. Childers, Notas, p. 12)
    Vâhâ, que o Dr. Fausböll traduz como 'equi', deve ser vahâ, 'undae'. Cf. Suttanipâta, v. 1034.
    344 Este versículo parece novamente cheio de trocadilhos, todos ligados ao duplo significado de vana, 'floresta e luxúria'. Substituindo 'floresta' por 'luxúria', podemos traduzir: 'Aquele que, livre da luxúria, se entrega à luxúria, que, quando retirado da luxúria se transforma em luxúria, olha para aquele homem', etc. Nibbana, embora com um a curto, pode ter a intenção de lembrar o ouvinte de Nibbana. A leitura correta, de acordo com Childers, Notes, p. 8, é nibbanatho.
    345 Apekhâ, apekshâ, 'cuidado'; ver Manu VI, 41, 49; Suttanipâta, v. 37; e G âtaka, vol. ii, p. 140
    346 Paribba g , isto é, parivra g ; ver Manu VI, 41.
    347 O comentarista explica o símile da aranha da seguinte forma: 'Como uma aranha, depois de ter feito sua teia de fio, fica no meio, e depois de matar com uma rajada violenta uma borboleta ou uma mosca que caiu em seu círculo, bebe seu suco volta e se assenta novamente no mesmo lugar, da mesma maneira que as criaturas que são dadas a paixões, depravadas pelo ódio e enlouquecidas pela ira, correm ao longo da corrente de sede que eles próprios criaram, e não podem atravessá-la, '& c.
    352 Quanto a nirutti, e seu significado técnico entre os budistas, ver Burnouf, Lotus, p. 841. Fausböll traduz 'niruttis vocabulorum peritus', que pode estar certo, se tomarmos nirutti no sentido da linguagem das Escrituras. Ver nota do versículo 363. Sannipâta não poderia significar sa m hitâ ou sannikarsha? Sannipâta ocorre no S akala-p r ATI s âkhya, mas com um significado diferente.
    353 Cf. Suttanipâta, v. 210. O comentador explica que este versículo foi dito pelo Buda em seu caminho para Bara n ASI, em resposta a Upaka, que lhe havia pedido que foi seu professor, quando Buda afirmou que ele não tinha professor. Childers aceita esta explicação, sv uddigati. Veja também Lalita-vistara XXVI, ed. Calc. p. 526 seq. E leia tenopaka g ino hy aham.
    354 O dhammadâna, ou "presente da lei", é o termo técnico para instrução na religião budista. Veja Parábolas de Buddhaghosha, p. 160, onde a história do Sakkadevarâ g é contada e onde é feita uma renderização livre do nosso verso.
    358 'Vaidade e irritação de espírito', Eclesiastes.



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