segunda-feira, 11 de maio de 2020

dharmaṣṭhavargaḥ ekonaviṃśaḥ Dhammatthavagga: O Justo

    1. dharmaṣṭhavargaḥ ekonaviṃśaḥ
      
      na tena bhavati dharmastho yenārthaṃ sahasā nayet ।
      yaścā'rthaṃ anarthaṃ ca ubhau niścinuyāt paṇḍitaḥ ॥ 1॥
      Não é por fazer juízos arbitrários que um homem se torna justo; um homem sábio é aquele que investiga tanto o certo como o errado.
      asāhasena dharmeṇa samena nayate parān ।
      dharmeṇa gupto medhāvī dharmastha ityucyate ॥ 2॥
      Aquele que não julgar os outros de forma arbitrária, mas que faça juízo imparcial de acordo com a verdade, esse ho- mem sagaz é um guardião da lei e é chamado de justo.
      na tāvatā paṇḍito bhavati yāvatā bahu bhāṣate ।
      kṣemī avairī abhayaḥ paṇḍita ityucyate ॥ 3॥
      Ninguém é sábio por falar muito. Aquele que é pacífico, amigável e sem medo é chamado de sábio.
      na tāvatā dharmadharo yāvatā bahu bhāṣate ।
      yaścālpama'pi śrutvā dharmaṃ kāyena paśyati ।
      sa vai dharmadharo bhavati yo dharmaṃ na pramādyati ॥ 4॥
      Um homem não é versado no Dhamma por falar mui- to. Aquele que, depois de ouvir um pouco de Dhamma, realiza directamente a sua verdade sem se esquecer desta, é na verdade versado no Dhamma.
      na tena sthaviro bhavati yenā'sya palitaṃ śiraḥ ।
      paripakvaṃ vayastasya moghajīrṇa ityucyate ॥ 5॥
      Um monge não é Sénior pelos seus cabelos grisalhos. Esse só é maduro na idade, e então envelheceu em vão.
      yasmin satyaṃ ca dharmaścāhiṃsā saṃyamo damaḥ ।
      sa vai vāntamalo dhīraḥ sthavira itucyate ॥ 6॥
      
      Aquele no qual existe veracidade, virtude, contenção e auto-domínio, que é inofensivo, livre de impurezas e sábio - esse é realmente chamado Sénior.
      na vāk karaṇamātreṇa varṇapuṣkalatayā vā । sādhurūpo naro bhavati īrṣuko matsarī śaṭhaḥ ॥ 7॥ Não é por mera eloquência nem por beleza de forma que um homem se realiza, se ele for ciumento, egoísta e traiçoeiro. yasya caitat samucchinnaṃ mūlaghātaṃ samuddhatam । sa vāntadoṣo medhāvī sādhurūpa ityucyate ॥ 8॥
      Mas aquele no qual estes defeitos são totalmente des- truídos, desenraizados e extintos, e que deitou fora o ódio – esse sábio é verdadeiramente realizado.
      na muṇḍakena śramaṇo'vrato'līkaṃ bhaṇan । icchālābhasamāpannaḥ śramaṇaḥ kiṃ bhaviṣyati ॥ 9॥ Não é pela cabeça rapada que um homem indiscipli- nado e mentiroso se faz um monge. Como pode aquele que está cheio de desejo e ganância ser um monge? yaśca śamayati pāpāni aṇūni sthūlāni sarvaśaḥ । śamitatvāddhi pāpānāṃ śramaṇa itucyate ॥ 10॥ Aquele que subjuga totalmente os males tanto peque- nos como grandes é chamado de monge, porque ele superou to- dos os males. na tāvatā bhikṣurbhavati yāvatā bhikṣate parān । viśvaṃ dharmaṃ samādāya bhikṣurbhavati na tāvatā ॥ 11॥ Ele não é um monge só porque vive de esmola. Não é por adoptar exteriormente um hábito que alguém se torna um verdadeiro monge. ya iha puṇyaṃ ca pāpaṃ ca vāhayitvā brahmacaryavān । saṃkhyāya loke carati sa vai bhikṣurityucyate ॥ 12॥ Quem quer que aqui (no Ensinamento) viva uma vida santa, transcendendo tanto mérito como demérito, caminhando com compreensão neste mundo – esse é verdadeiramente cha- mado de monge. na maunena munirbhavati mūḍharūpo'vidvān । yaśca tulāmiva pragṛhya varamādāya paṇḍitaḥ ॥ 13॥ Não é por observar o silêncio que alguém se torna sá- bio, se for tolo e ignorante. Contudo, o sábio é quem, com uma balança na sua mão aceita somente o bem. pāpāni parivarjayati sa munistena sa muniḥ । yo manuta ubhau lokau munistena procyate ॥ 14॥ O sábio ao rejeitar o mal, é verdadeiramente um sábio. Uma vez que compreende ambos os mundos (presente e futuro), é chamado de sábio. na tenā''ryo bhavati yena prāṇān hinasti । ahiṃsayā sarvaprāṇānāṃ ārya iti procyate ॥ 15॥ Aquele que fere os seres vivos não é nobre. É chamado de nobre porque é inofensivo para os seres vivos. na śīlavratamātreṇa bāhuśruttyena vā punaḥ । athavā samādhilābhena vivicya śayanena vā ॥ 16॥ spṛśāmi naiṣkarmyasukhaṃ apṛthagjanasevitam । bhikṣo viśvāsaṃ mā pādīḥ aprāpta āsravakṣayam ॥ 17॥ 271-272. Não é pelas regras e rituais, nem mesmo por muito aprender, nem por se alcançar estados de absorção, nem por uma vida de reclusão, nem por pensar “Eu desfruto da felicidade da renúncia que não é vivida pelos mundanos” que vocês, monges, ficarão contentes, mas só quando a destruição total das impure- zas (Arahant) for atingida. ॥ iti dharmasthavargaḥ samāptaḥ ॥

    2. Não é por fazer juízos arbitrários que um homem se torna justo; um homem sábio é aquele que investiga tanto o certo como o errado.

    3. Aquele que não julgar os outros de forma arbitrária, mas que faça juízo imparcial de acordo com a verdade, esse ho- mem sagaz é um guardião da lei e é chamado de justo.

    4. Ninguém é sábio por falar muito. Aquele que é pacífi- co, amigável e sem medo é chamado de sábio.

    5. Um homem não é versado no Dhamma por falar mui- to. Aquele que, depois de ouvir um pouco de Dhamma, realiza directamente a sua verdade sem se esquecer desta, é na verdade versado no Dhamma.

    6. Um monge não é Sénior pelos seus cabelos grisalhos. Esse só é maduro na idade, e então envelheceu em vão.

    7. Aquele no qual existe veracidade, virtude, contenção e auto-domínio, que é inofensivo, livre de impurezas e sábio - esse é realmente chamado Sénior.

    8. Não é por mera eloquência nem por beleza de forma que um homem se realiza, se ele for ciumento, egoísta e traiçoeiro.

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    9. Mas aquele no qual estes defeitos são totalmente des- truídos, desenraizados e extintos, e que deitou fora o ódio – esse sábio é verdadeiramente realizado.

    10. Não é pela cabeça rapada que um homem indiscipli- nado e mentiroso se faz um monge. Como pode aquele que está cheio de desejo e ganância ser um monge?

    11. Aquele que subjuga totalmente os males tanto peque- nos como grandes é chamado de monge, porque ele superou to- dos os males.

    12. Ele não é um monge só porque vive de esmola. Não é por adoptar exteriormente um hábito que alguém se torna um verdadeiro monge.

    13. Quem quer que aqui (no Ensinamento) viva uma vida santa, transcendendo tanto mérito como demérito, caminhando com compreensão neste mundo – esse é verdadeiramente cha- mado de monge.

    14. Não é por observar o silêncio que alguém se torna sá- bio, se for tolo e ignorante. Contudo, o sábio é quem, com uma balança na sua mão aceita somente o bem.

    15. O sábio ao rejeitar o mal, é verdadeiramente um sábio. Uma vez que compreende ambos os mundos (presente e futuro), é chamado de sábio.

    16. Aquele que fere os seres vivos não é nobre. É chamado de nobre porque é inofensivo para os seres vivos.

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271-272. Não é pelas regras e rituais, nem mesmo por muito aprender, nem por se alcançar estados de absorção, nem por uma vida de reclusão, nem por pensar “Eu desfruto da felicidade da renúncia que não é vivida pelos mundanos” que vocês, monges, ficarão contentes, mas só quando a destruição total das impure- zas (Arahant) for atingida.

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