domingo, 10 de maio de 2020

bālavargaḥ pañcamaḥ versos 60-75 dharmapada

5. bālavargaḥ pañcamaḥ

dīrghā jāgrato rātriḥ dīrghaṃ śrāntasya yojanam ।
dīrgho bālānāṃ saṃsāraḥ saddharmaṃ avijānatām ॥ 1॥
Longa é a noite para aquele que não dorme; longa é a lé- gua para o fatigado. Longa é a existência mundana para os tolos que não conhecem a Verdade Sublime.
caran cet nādhigacchet śreyāṃsaṃ sadṛśaṃ ātmanaḥ । ekacaryāṃ dṛḍhaṃ kuryāt nā'sti bāle sahāyatā ॥ 2॥ Se aquele que busca não encontra companhia melhor ou igual, deixá-lo perseguir resolutamente um caminho solitário, não tem que se associar aos tolos. putrā me santi dhanaṃ me'sti iti bālo vihanyate । ātmā hyātmano nā'sti kutaḥ putrāḥ kuto dhanam ॥ 3॥
O tolo preocupa-se, pensando: “Eu tenho filhos, eu te- nho riqueza”. Na verdade, se nem ele próprio pertence a si pró- prio, quanto mais os filhos, ou a riqueza?

yo bālo manyate bālyaṃ paṇḍitaścāpi tena sa ।
bālaśca paṇḍitamānī sa vai bāla ityucyate ॥ 4॥
Um tolo que conhece a sua loucura é sábio, pelo menos até esse ponto, mas um tolo que se julga sábio é seguramente um tolo.

yāvajjīvamapi ced bālaḥ paṇḍitaṃ paryupāsate ।
na sa dharmaṃ vijānāti darvī sūparasaṃ yathā ॥ 5॥
Mesmo que um tolo se associe toda a sua vida com um homem sábio, ele não compreende a verdade mais do que a colher prova o sabor da sopa.
muhūrttamapi ced vijñāḥ paṇḍitaṃ paryupāsate ।
kṣipraṃ dharmaṃ vijānāti jihvā sūparasaṃ yathā ॥ 6॥
Mesmo que por apenas um momento, uma pessoa com discernimento se associe a um homem sábio, ela rapidamente compreende a verdade como a língua saboreia o sabor da sopa.

caranti bālā durmedhaso'mitreṇaivātmanā ।
kurvantaḥ pāpakaṃ karmaṃ yadbhavati kaṭukaphalam ॥ 7॥
Tolos de fraco discernimento são inimigos para si pró- prios, sempre que se movimentam fazem coisas más, cujos fru- tos serão amargos.

na tat karma kṛtaṃ sādhu yat kṛttvā'nutapyate ।
yasyāśrumukho rudan vipākaṃ pratisevate ॥ 8॥
Mal feita é aquela acção que a seguir traz o arrependi- mento, cujo fruto se colhe com lágrimas.

tacca karmaṃ kṛtaṃ sādhu yat kṛtvā nānutapyate ।
yasya pratītaḥ sumana vipākaṃ pratisevate ॥ 9॥
Bem-feita é aquela acção que a seguir não traz o arre- pendimento, cujo fruto se colhe com alegria.

madhviva manyate bālo yāvat pāpaṃ na pacyate ।
yadā ca pacyate pāpaṃ atha bālo duḥkhaṃ nigacchati ॥ 10॥
Enquanto uma má acção não tiver amadurecido o tolo acha-a doce como mel. Mas quando a má acção amadurece, o tolo entra em aflição.

māse māse kuśāgreṇa bālo bhuñjīta bhojanam ।
na sa saṃkhyātadharmāṇāṃ kalāmarhati ṣoḍaśīm ॥ 11॥
Mês após mês, um tolo pode comer o seu alimento com a pon- ta de uma folha de grama, mas, ainda assim não tem o mérito nem da décima sexta parte daqueles cujo pensamento se alimenta da Verdade.

nahi pāpaṃ kṛtaṃ karma sadyaḥ kṣīramiva muñcati ।
dahan bālamanveti bhasmacchanna iva pāvakaḥ ॥ 12॥
Verdadeiramente, assim como o leite não azeda de re- pente, também cometido um mau acto não frutifica imediata- mente, mas latente, segue o tolo como fogo coberto por cinzas.

yāvadeva anarthāya jñaptaṃ bālasya jāyate ।
hanti bālasya śuklāṃśaṃ mūrddhānamasya vipātayan ॥ 13॥
Para sua própria ruína, o tolo ganha conhecimento, pois abre uma fenda na cabeça e destrói a sua bondade inata.

asad bhavanamicchet puraskāraṃ ca bhikṣuṣu ।
āvāseṣu caiśvaryaṃ pūjāṃ parakuleṣu ca ॥ 14॥
O tolo busca prestígio imerecido, precedência entre os mon- ges, autoridade sobre mosteiros, e honra entre chefes de família.

mamaiva kṛtaṃ manyetāṃ gṛhi-pravrajitāvubhau ।
mamaivātivaśāḥ syātāṃ kṛtyākṛtyeṣu kaṣu cit ।
iti bālasya saṅkalpa icchā mānaśca varddhate ॥ 15॥
“Que os leigos e monges pensem que fui eu que fiz. Em toda a obra, grande e pequena, que eles me sigam”- tal é a ambi- ção do tolo; assim aumenta o seu desejo e orgulho.
anyā hi lābhopaniṣad anyā nirvāṇagāmini ।
evametad abhijñāya bhikṣurbuddhasya śrāvakaḥ ।
satkāraṃ nābhinandet vivekamanubṛṃhayet ॥ 16॥
Uma coisa é a busca de ganho mundano, outra coisa bem diferente é o caminho para o Nibbāna. Que o monge, discípu- lo do Buddha, entenda isso claramente, não se deixe levar pela aclamação do mundo, mas em seu lugar cultive o desapego.
॥ iti bālavargaḥ samāptaḥ ॥
  1. Longa é a noite para aquele que não dorme; longa é a lé- gua para o fatigado. Longa é a existência mundana para os tolos que não conhecem a Verdade Sublime.
  2. Se aquele que busca não encontra companhia melhor ou igual, deixá-lo perseguir resolutamente um caminho solitário, não tem que se associar aos tolos.
  3. O tolo preocupa-se, pensando: “Eu tenho filhos, eu te- nho riqueza”. Na verdade, se nem ele próprio pertence a si pró- prio, quanto mais os filhos, ou a riqueza?
  4. Um tolo que conhece a sua loucura é sábio, pelo menos até esse ponto, mas um tolo que se julga sábio é seguramente um tolo.
  5. Mesmo que um tolo se associe toda a sua vida com um homem sábio, ele não compreende a verdade mais do que a co- lher prova o sabor da sopa.
  6. Mesmo que por apenas um momento, uma pessoa com discernimento se associe a um homem sábio, ela rapidamente compreende a verdade como a língua saboreia o sabor da sopa.
  7. Tolos de fraco discernimento são inimigos para si pró- prios, sempre que se movimentam fazem coisas más, cujos fru- tos serão amargos.
    verso 8
  8. Mal feita é aquela acção que a seguir traz o arrependi- mento, cujo fruto se colhe com lágrimas.
  9. Bem-feita é aquela acção que a seguir não traz o arre- pendimento, cujo fruto se colhe com alegria.
  10. Enquanto uma má acção não tiver amadurecido o tolo acha-a doce como mel. Mas quando a má acção amadurece, o tolo entra em aflição.
  11. Mês após mês, um tolo pode comer o seu alimento com a pon- ta de uma folha de grama, mas, ainda assim não tem o mérito nem da décima sexta parte daqueles cujo pensamento se alimenta da Verdade.
    12
  12. Verdadeiramente, assim como o leite não azeda de re- pente, também cometido um mau acto não frutifica imediata- mente, mas latente, segue o tolo como fogo coberto por cinzas.
  13. Para sua própria ruína, o tolo ganha conhecimento, pois abre uma fenda na cabeça e destrói a sua bondade inata.
  14. O tolo busca prestígio imerecido, precedência entre os mon- ges, autoridade sobre mosteiros, e honra entre chefes de família.
  15. “Que os leigos e monges pensem que fui eu que fiz. Em toda a obra, grande e pequena, que eles me sigam”- tal é a ambi- ção do tolo; assim aumenta o seu desejo e orgulho.
  16. Uma coisa é a busca de ganho mundano, outra coisa bem diferente é o caminho para o Nibbāna. Que o monge, discípu- lo do Buddha, entenda isso claramente, não se deixe levar pela aclamação do mundo, mas em seu lugar cultive o desapego.

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