tao te ching
CAPÍTULO 30
Aquele que utiliza o Caminho para auxiliar o senhor dos homens Não utiliza a arma e a força sob o céu,
Pois esta atividade beneficia o revide
Onde o exército se instala, surgem espinhos e ervas secas Por isso,
O homem bom é determinado, porém cauteloso Não utiliza a força para conquistar
É determinado sem se orgulhar
É determinado sem se envaidecer É determinado sem se glorificar
É determinado sem se tornar excessivo Isto é, determinado, porém sem se forçar
Coisas exuberantes dirigem-se à velhice, Isso se chama negar o caminho. Negando o Caminho irá falecer cedo.
CAPÍTULO 31
As boas armasSão recipientes de desventura Os seres as detestam.Por isso,Os que guardam o Caminho não as compartilhamO Homem Superior, na residência, honra o esquerdo Na utilização da arma, honra o direitoA arma é o recipiente da desventura Não é o recipiente do Homem Superior Seu uso é apenas para o inevitávelO superior é como uma chama serena, Por isso não se maravilhaAo maravilhar-se, certamente teria prazer Tal prazer mata o homemAquele que tem prazer em matar Não pode triunfar sob o céuPor isso,Assuntos venturosos valorizam o esquerdo Assuntos funestos valorizam o direitoSendo assim,O general-auxiliar encontra-se à esquerda O general-superior encontra-se à direita37Suas palavras são tratadas como rito fúnebre, Matam muitas pessoasPor estas, chora-se de tristezaA guerra vencida é tratada como rito fúnebre.- No simbolismo do I Ching, a direção norte está nas costas do homem, enquanto a direção sul está na frente. Sendo assim, a direção à esquerda é leste e corresponde à aurora, o lado da vida. A direção à direita é oeste e corresponde ao ocaso, o lado da morte.
CAPÍTULO 46
Existindo o Caminho sob o céu, Conduzem-se os cavalos para estercar Não existindo o Caminho sob o céu,Armam-se os cavalos para viver nas fronteirasNão há delito maior do que estimar os desejosNão há calamidade maior em não saber se contentar Não há erro maior do que desejar possuir.Por isso, com a suficiência de quem sabe que é suficiente Haverá sempre o suficiente.CAPÍTULO 50
Nascer na vida, entrar na morteDos que pertencem ao nascimento, entre dez há três Dos que pertencem à morte, entre dez há trêsDos homens vivos,Os que se movem para a terra da morte, entre dez há três. E qual é a causa?Suas vidas são vividas em excessoOuvi dizer que o bom cultivador da vidaViaja pela terra e não se confronta com rinocerontes nem tigres E atravessa um exército sem armadura nem armas.Os rinocerontes não têm onde enfiar os chifres Os tigres não têm onde cravar as garrasE as armas não têm onde alojar as lâminasE qual é a causa?Nele não existe lugar para a morte.CAPÍTULO 57
Através da retidão organiza-se o reino Através da singularidade dirige-se a guerra Através da não-atividade adquire-se o mundo. Como posso saber da natureza do mundo?É através dissoMuitas restrições e omissões no mundo Tornam o povo completamente pobre Muitos instrumentos afiados entre o povoFazem crescer a confusão no reino e na família Muito conhecimento engenhoso entre o povo Faz crescer o surgimento de objetos estranhos Leis e coisas crescendo visivelmenteFazem surgir muitos ladrões e salteadoresPor isso, o Homem Sagrado dizia: Eu não agindo, o povo se transformaEu sem atividade, o povo se enriquece Eu bem tranqüilo, o povo se retificaEu sem desejos, o povo se simplifica.CAPÍTULO 68
Na Antiguidade, os bons praticantes de cavalheirismo Não eram belicososBons em guerrear sem iraBons em vencer os inimigos sem disputaBons em empregar os homens, agindo como o inferiorIsso se chama a virtude da não-disputaIsso se chama a força de empregar os homensIsso se chama a supremacia da união com o céu e a AntiguidadeCAPÍTULO 69
Sobre o uso da arma há um provérbio: “Não me encorajo a agir como anfitrião, Prefiro agir como hóspedeNão me encorajo a avançar uma polegada, Prefiro recuar um pé ”Isso se chama mover não movendo Agarrar não abraçandoDefender não lutando Enfrentar sem inimizadeNão há desgraça maior do que humilhar o inimigo. Humilhando o inimigoArriscamos perder nosso tesouro. Por isso,No confronto onde as armas se igualam Vence, então, o que está entristecido.CAPÍTULO 73
Quem tem coragem de ser valente terá a morte Quem tem coragem de ser cauteloso terá a vida E esses dois ora são benéficos, ora maléficosQuando o céu repudia,Quem compreenderá a causa?O Caminho do CéuNão disputa, mas é bom em vencer Não fala, mas é bom em responder Não é invocado, mas por si vem Não fala, mas é bom em planejarA teia do céu é grandiosamente grande Liga-se a tudo e de nada se perde.CAPÍTULO 78
Sob o céu,Nada é mais suave e brando que a água.No entanto, para atacar o que é rígido e duro Nada pode se adiantar a elaNada pode substituí-laAssim,A suavidade vence a força O brando vence o duro. Sob o céu,Não há quem não o saiba Não há quem possa praticá-loPor isso, o Homem Sagrado disse: Aceitar as impurezas do reino Chama-se reger o cereal e a terra Aceitar as desventuras do reino Chama-se reinar sob o céuAs palavras corretas parecem contrárias.CAPÍTULO 80
Um pequeno reino de poucos habitantes,Mesmo que possua um utensílio para dezenas de centenas, não o usaFaça o povo valorizar a morte e não viajar longe.Possuindo barcos e carruagens, mas não tendo onde usá-los Possuindo armas e armaduras, mas não tendo onde enfileirá-lasFaça o povo retornar aos nós em corda e ao seu uso. Então, serão doces seus alimentosBelas suas roupas Pacíficas suas moradias Alegres seus costumesQue os reinos vizinhos estejam à vistaQue o som de galos e cachorros sejam ouvidos Faça o povo alcançar a velhice, sem ter que ir e vir.
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